sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Enchente em Santa Catarina 2008

Esta não é a primeira vez que vivenciamos enchentes castastróficas. Em 1974 quando ainda morava em Tubarão (a casa de meus pais não foi atingida mas abrigamos pessoas e fomos voluntários em muitas frentes de trabalho) foi um horror: pensávamos que a cidade jamais seria reconstruída tal era a extensão dos estragos.
Eu estagiava no INPS (INSS) e quando a lama secou passamos esponja de aço em todos os carnês dos vários benefícios (auxílio natalidade, auxílio doença, etc.) para que não atrasasse o pagamento (como não havia computador pessoal, tudo era datilografado e não podia ter nenhum errinho). Renato, professor da UNISUL (FESSC na época) que ficava à beira rio, também se envolveu na reconstrução de várias formas.
Quem perde um ente querido, com certeza, é quem mais sofre! Mas a perda de bens materiais tão arduamente conseguidos e de registros históricos (fotos, documentos) também abala numa dimensão que, talvez, só quem passou por isso possa descrever.
Já naquela época presenciamos saques a supermercados: por necessidade de água e comida mas, também por avareza e oportunismo (bebidas alcoólicas, principalmente) daqueles que não careciam de nada disso.
Anos mais tarde encontro com um aluno (de uma cidade do RS) uma barraca térmica alemã doada aos desabrigados de Tubarão: é claro que ela nunca chegou lá!
Estas coisas me deixam indignada porque as pessoas realmente necessitadas e aquelas solidárias não merecem este tipo comportamento...
Em 1983 (outra grande enchente) ajudamos em Mafra e o sofrimento e os estragos que vimos não foram menores...
Em todas elas abundam as promessas, a mídia divulga enquanto a calamidade é visível mas, depois... As verbas se perdem nos corredores da burrocracia e da corrupção, com o esquecimento, vem a dura realidade da reconstrução da vida material e a necessidade de superação do trauma emocional: quase sempre uma tarefa solitária!
Na 3ª feira (25 de novembro), por conta da profissão de nossa filha, novamente nos envolvemos diretamente em mais uma enchente. Na pior de todas elas, com certeza! Saímos de Floripa bem cedo em direção à Itajaí pois a Heda precisava fazer umas reportagens para a Folha Online.

Já na BR101, que estava com pouquíssimo movimento e só de carros pequenos, o tempo fechou novamente.




















No posto da polícia rodoviária de Biguaçu recebemos informes atualizados da situação e acompanhamos a ronda que fizeram para verificar as condições da estrada.






































Alagamentos próximos a Tijucas






















Na entrada de Itajaí a situação piora com casas, carros e caminhões sob as águas.






















Na Sul Motos do Bairro São Vicente e a da Av. 7 de Setembro as motos avariadas e enlameadas não paravam de chegar.




















Na casa da Vera (como em tantas outras) a lama penetrou em tudo, até nos armários!





















Com tantas dificuldades que esta forte e sorridente mulher/trabalhadora enfrenta, surge mais uma e devastadora prova de resistência! No caminhão guardaram o que foi possível e, para evitar os saques, seu marido e filho dormiram ali, pode??????????





















A difícil tarefa de limpeza e reconstrução das casas e do comércio local...








































Os saques aos supermercados foram constantes: muitos no desespero em busca de água e de comida mas muitos por puro oportunismo!























No pavilhão da Marejada funciona a central de recolhimento e distribuição das doações...





















Na entrada da cidade ainda alagada, os botes ajudam a salvar o que é possível...




















Os bens conseguidos com tanto suor em algumas horas são destruídos.







































Na medida em que a água baixa os entulhos aparecem trazendo, além de todo o trabalho, as ameaças de doenças como a leptospirose.





















Pavilhão da Marejada (local da maior festa açoriana do BR, hoje centro de distribuição de donativos aos desabrigados de Itajaí/SC)











































Os saques no bairro São Vicente foram ininterruptos: levavam de tudo, comida, água, cerveja, TV, aparelhos de som......




























































Testemunhamos uma senhora com seu carro limpinho (cheio de coisas já saqueadas), estacionado há umas duas quadras do super, negociando com um guri (pagava o que ele quisesse) o carrinho que ele carregava pra ela trazer mais mercadorias: com certeza, para esta senhora, o saque não era uma questão de fome.




















O policiamente ostensivo, mas numericamente inferior aos flagelados, permitia o saque priorizando a segurança dos pequenos comércios que, no dia anterior, foram alvos de vândalos!!!
Dá pra entender/aceitar comportamentos como esse numa tragédia destas?



















No Pavilhão da Marejada enquanto Hedinha levantava os dados para sua reportagem, Gracita, fotografava...




















Volnei Morastoni, prefeito de Itajaí, ressaltando o significado (e prejuízo) que as avarias do porto (que é o segundo maior do Brasil) trarão para a cidade.




















Major Jurildo Melo




















Sérgio Burgonovo (diretor da defesa civil)





















Leonel Pavan (vice-governador), Dário Berger (prefeito de Floripa)





















Um dos caminhões de Floripa chegando no pavilhão da Marejada



















O mutirão de voluntários, alguns também flagelados, sempre emociona...





















Estes foram distribuir os mantimentos nos locais alagados.



















Avião da Presidência da República no aeroporto de Navegantes.





















No helicóptero da Força Aérea Brasileira, Lula sobrevoa a cidade de Itajaí.




















Mais uma aeronave em Navegantes























Lula (presidente/BR) e luiz Henrique (governador/Sta. Catarina) na coletiva em Navegantes.






















A primeira filha (jornalista), Lula, Ideli (senadora), Ana Paula (deputada).








































Caco Barcelos, simpático e paciente, no seu ofício de reporter.




















No meio de tanta desgraça um momento (tietagem) de descontração e prazer: conhecer um jornalista que respeitamos e percebê-lo um ser humano do bem...




















Eu o admirava como repórter e escritor mas não sabia que era tão simples e simpático.


















Esta é uma foto para a posteridade, para o álbum profissional deles: uma jornalista (Heda) e dois estudantes de jornalismo (Diórgenes e Caroline) na primeira coletiva com a presidência da república.



















Novamente somos gratos ao Anacleto (Neca) sempre presente nos momentos importantes das nossas vidas (alguns já documentados neste blog). Ele interrompeu seu trabalho como voluntário e nos levou de caminhonete aonde foi preciso: com a Heda nas ruas alagadas do Bairro São vicente, no pavilhão da Marejada, na BR 101 e no aeroporto de Navegantes.


















Momento Família
Felipe, agora que está filho único, contribuindo lavando a louça com água da chuva enquanto a equipe da imprensa saia para o trabalho....





Nosso poderoso meio de locomoção, Re (pai nada, nada coruja) e tio Neca (o querido da Hedinha).

A intrépida repórter em ação....



Enquanto os jornalistas concluiam e enviavam os textos, a base de apoio esperava chimarreando porque ninguém é de ferro!



Neca e Tere
mais uma vez obrigada pelo carinho
materializado no apoio constante...
Os SOWEN agradecem de coração!























































Um comentário:

  1. cuanta desgracia nos trae la naturalez, espero que esten bien y "ya la tormenta pasará", saludos Sandra

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