sábado, 8 de novembro de 2008

Entre Rios e Villa Elisa (AR)

Depois das despedidas em La Plata começamos, por assim dizer, o nosso retorno. Rota pronta no GPS seguimos, novamente até Buenos Aires: Au La Plata, 9 de Julho, Ruta 9, Ruta 12 e Ruta 14, ou seja, Província de entre Ríos!

Logo na entrada da R 12, à direita tem um grande posto (se alguém precisar pernoitar) e um pouco mais adiante tem... policia caminera. Mandaram parar, pediram documentos resmungando que falta alguma coisa: Renato desce e eu fotografo.

Segundo o nobre agente das estradas de los hermanos faltava faixa luminosa nos dois lados do MH e o adesivo dos 90 quilômetros também não estava no lugar certo (uns centímetros acima) e tinha que ser auto-reflexivo. Questionamos que isso não aparece no site oficial e nem no documento da Embaixada (Fernando nos deu uma cópia) ele nos pediu outros documentos. Entre eles o seguro Mercosul (carta verde): quem diz que achamos?. Deve ter caído numa das tantas aduanas, sei lá!



Re foi levado até a sala do oficial e eu fui junto com a robusta (Sony H9) pendurada no pescoço. O guarda dizia pro chefe o que faltava no MH, a gente contestava, e ele trazia um xerox da Lei, Graça fotografava dizendo que iria pesquisar na internet.


Cara, a falta de respeito deles querendo coima era tão evidente que também perdemos o respeito: foi aquela falação! É só em Entre Rios que isso acontece (com que ele contestou: se os outros não fazem seu trabalho direito, aqui nós exigimos o cumprimento da lei), que a imprensa toda fala, que era ridículo o que faziam (Gracita tava enlouquecida), etc...


Pegava que não achávamos o comprovante da tal carta verde: o oficial vendo que estávamos indignados e nervosos disse para irmos ao MH procurar com calma. Reviramos tudo e, até agora, nem sinal dela! Enquanto procurávamos, o policial nos devolveu os documentos e mandou seguir. Deviam ter aplicado a multa pois não achamos o comprovante e nem se tem como conferir o pagamento por Internet. Queria ou não coima/propina?
Na R 14 um pouco antes de Galeguaychú, num container abaixo de um viaduto, nova abordagem chamando o Re para falar com o oficial lá dentro. Eu e robusta fomos juntas. Alegação: estávamos a mais de 90 por hora. Sem combinar nos entreolhamos e rimos (acho que já estávamos pro crime) e negamos é claro, pois de fato não tínhamos ultrapassado os 90. Renato informou que poderia solicitar um histórico do GPS que comprovaria o que se afirmava. Frente a isso ele perguntou qual era o rodado do MH. Foi informado que era o original da mercedes Benz para esse caro, ou seja 275/80. De pronto ele reagiu: é isso, o rodado engana, marca menos que está andando. Aí foi demais.
E continuava fingindo que copiava nossos dados num caderno comum, pegou um formulário de detenção temporária e disse que ficaríamos detidos. Perguntado por quanto tempo ironizou: um minuto, uma hora, quem sabe... Foi a gota que faltava: arrumei a câmera no modo gravação enquanto junto com Renato, os dois indignados, deitávamos a pua neste procedimento. O oficial ironizou perguntando se eu tinha fotografado para dar a foto pras chicas brasileiras... mas recuou e nos mandou seguir. No final perguntou se eu tinha fotografado: foi quando falei que tava registrando toda a viagem no blog....


Dali em diante, sempre que víamos a polícia, fingia filmar/fotografar de dentro do MH: não fomos mais barrados ...
Antes de atravessarmos para o Uruguai resolvemos conhecer as Termas de Villa Elisa (águas salgadas) que há algum tempo encantam Rozimbo e Hilda. Que maravilha!



Reencontramos a Argentina educada e de boa vontade como em La Plata e em tantos outros lugares.


O complexo (http://www.termasvillaelisa.com/ S 32° 07.599 W058° 26.245) é bonito, limpo e amplo. Tem piscinas cobertas e ao ar livre, um inclusive com ondas produzidas artificialmente. Piscinas para descansar, outras para brincar: não fica aquela zorra de gente pulando e te respingando quando apenas queres lagartear.... Uma beleza! Vale o preço um pouco salgado: entrada de $55 ($5 para o MH e $25 por pessoa) que se paga uma vez mais a diária de $70 para o casal (após o terceiro dia tem redução de 10%).



Acima, piscina descoberta, só para descanso. abaixo restaurante, mercado, hotel e enfermaria (atendimento com ambulância incluído na diária).




Um dos vários banheiros e o local pra descarregar o pinicão



Áreas de lazer cobertas





Área de Camping a beira do lago





Piscina com ondas



Numa das piscinas cobertas um elevador para descapacitados




Abaixo nossa visão a partir da sala do MH




Pista para peatones, com 4,5 quilômetros, quase até o centro da pequena cidade. Finalmente fizemos uma boa caminhada....



Ali conhecemos Guillermo e Rebeca (holandês com grega, olha que combinação interessante, que moram na Argentina uma vida inteira) e Nino (argentino que viveu muitos anos na Itália). No pouco tempo que convivemos já deu pra perceber que são campistas dos bons.
Re e eu queremos ser que nem Guillermo e Rebeca que, aos 82 e 78 anos, seguem desbravando estradas e fazendo amigos.



Conhecê-los foi uma forma muito bonita de nos despedirmos de los hermanos: só com bons sentimentos!