segunda-feira, 29 de setembro de 2008

De Antofogasta a Bahía Inglesa (CH)

Na Panamericana (CH5), de Antofogasta a Chañaral, a estrada se distancia da costa, é plana, com poucas curvas e uma paisagem cansativa. Nela tem uma escultura de 1.100 msnm feita com uma base de ferro e cimento por Mario Irárrazabal para “saludar desde la carretera a los viajeros que transitan desde hacia Antofogasta”.



Paramos para almoçar num estacionamento em Ex Oficina Alemania, no meio do nada, com um vento tão assustador que não ousei sair para fotografar!

Em Chañaral a carretera volta a costear o mar: novamente um Pacífico verde esmeralda, lindo! Em cada pequena praia se encontra campings selvagens, ou seja, lugar bom para estacionar, mas sem infra-estrutura e/ou segurança. Fora de temporada há muitos lugares nos balneários onde se pode parar pra fazer um almoço e, pela receptividade, até pernoitar.

Caldera é uma linda e limpa cidade, a mais importante praia de veraneio da região e importante porto de pescado e minérios. Sua igreja (construída em 1862) com piso de pedra e uma torre gótica é uma obra atribuída a Gustavo Eiffel (muitos contestam essa informação).

Também possui a primeira estação de trem do Chile (construída em 1850) hoje transformada em museu e o primeiro cemitério laico do país (inaugurado em 1876).

Bahia Inglesa (linda!) CH

A primeira estação, em Caldera.


Bahia Inglesa há 5 km é um lindo balneário com areias brancas. Pela primeira vez, nesta viagem, o Guia Turistel correspondeu à realidade: a praia é tudo o que falam e o camping é muito bom. No verão, como em Floripa, a população aumenta muito e o trânsito também, mas agora está calmo e praticamente vazio.




Camping na Bahia Inglesa

No Camping Bahia Inglesa, à beira da praia e quase na Carretera 5, (S 27° 06.334 W 070° 51.055). Queriam nos cobrar $9.000, mas com o choro do Renato, sairá por $7.200 (R$ 28,80). Estamos rodeados de barracas com estudantes e temos como vizinhos um casal alemão que há 4 anos percorre as Américas: já estiveram no Brasil mas criticam o visto de apenas 90 dias para um país tão grande (reclamação que ouvimos em Salta, também).



No sábado pegamos um táxis coletivo (mais caro do que o bus e um pouco mais barato do que o táxis tal qual conhecemos, uma opção interessante!) e fomos em Caldera comprar pescado porque, contrariando a informação do guia, não vendem em Bahia Inglesa (produzem ostras e ostins mas não vendem aqui).


A praia é ótima para caminhar e, além disso, paralelo a rodovia asfaltada há uma ciclovia unindo os dois balneários que utilizamos no domingo quando, finalmente, fizemos uma boa caminhada! O único senão é que, do meio dia até umas 19 horas bate um vento muito frio.


Por-do-sol visto da janela do MH...



No mercado de peixes encontramos novamente dois leões marinhos



Caldera CH

e uma infinidade de pelicanos que vêm bem perto das pessoas, comendo os restos dos peixes que os pescadores limpam (além das fotos, hoje os filmamos).




Com certeza as fotos abaixo serão especiais para o Bruno (pai da Graça, o melhor pescador da família): direto do pescador compramos um côngrio (R$ 10 o quilo dele sujo, que achamos caro).

Mercado em Caldera CH



As almejas e mytilidos (“grupo de mariscos de conchas”). Os mais conhecidos são: choro zapato (maior, com carne amarela), a cholga (média) e chorito (menor e gosto mais forte). Não gostamos: nossos mariscos são melhores!




E o Renato experimentou... o que não faz o amor!

Chile: da aduana até Antoofogasta

Chegamos à temida aduana chilena (Chacalluta) dentro das normas (cozinhamos ovos, papas amarillas, torramos os pães. etc) conforme o folder recebido em San Pedro de Atacama (com exceção de um gengibre, devidamente à mostra).

Surpresa: fomos SUPERBEMTRATADOS! Parecia um encontro entre amigos: papos na sala do MH, nem a geladeira abriram! (Talvez tenham percebido que concordamos com o controle das doenças: se SC não tem aftosa sem vacinar, temos que fiscalizar pra não retroceder; assim, eles fazem porque não têm doenças nas frutas, nas carnes, etc).

Almoçamos no Copec em Arica (onde pernoitamos na ida). Voltamos à Panamericana (mesmo percurso que fizemos há uns 20 dias) só que o colorido mudou porque o sol está nas nossas costas: lindo, igual!


Ficamos no “Cabañas y Camping Las Lomas de Tres Islas” na Ruta Costera no caminho Iquique/aeroporto, 2 km depois do controle de carabineros ($4.000 por pessoa: só pela segurança, água e luz!).

Fica há uns 12 km do centro da cidade, a seis de um supermercado, sem condução pública (ônibus) fora da temporada o que exige que se use rádio táxi ($4.800 até o centro e $5.000/R$20,00 até a Zona Franca). Como nesta parte da Costanera/CH1 (que é super movimentada, pois é usada para o aeroporto e para o sul do país) não tem acostamento nem dá para ir a pé nos dois quilômetros até o ponto de ônibus mais próximo.

As fotos são bem generosas com o camping...

Este por-do-sol saiu muito caro....

Às 18 chegamos a Iquique: é muito louco! A gente vem num deserto, começa a descer em curvas fechadas, contornando morros de pura areia e, de repente, bem lá embaixo, vê-se uma Cidade ladeada por um mar verde esmeralda: é surreal! Não deu pra fotografar esta entrada porque a estrada não tem acostamento e estávamos contra o sol: pena!

Iquique é grande, bonita, com lindas costaneras repletas de parques, jardins e coqueiros (diz um taxista que o alcaide copiou do Brasil), mas carece de campings.

Fomos ao Centro para, além de conhecer, comprar os guias da Turistel: na Senatur um Sr., um moço e uma faxineira (assistindo TV com o pano de pó na mão) embora atenciosos, não tinham material nem sabiam onde obtê-lo. O interessante é que no site deles tem muito material!

Batemos perna até a Telefônica onde uma funcionária nos regaló com os quatro exemplares dos guias (2004). O de camping não parece muito bom, vamos testar...

Depois fomos até a ZOFRI (Zona Franca): com 240 hectares é a maior da América do Sul. Possui 670 mil m² de galpões e um Centro Comercial com mais de 400 lojas, praça de alimentação, casas de câmbio, etc., mas não é o bicho: no chamado lado antigo só tem produtos chinos (dos quais nem precisamos comentar) e, no mais novo, até tem umas coisas interessantes, entre elas, os produtos da Tramontina (mais baratos do que no RS/Brasil, pode?). Pneus para MH só de marcas desconhecidas (asiáticas): Michellin só nas revendas da cidade (nem fomos ver)!

Chile, Pacífico

Em Los Verdes uma visão ruim: uma baleia cachalote de 10 toneladas, morta, recém chegada à costa.



Uns 500m adiante, seguindo recomendação do guia Turistel, paramos para almoçar num dos vários restaurantes locais (Gracita louca para comer os mariscos que adorou na viagem anterior): que furada! Loco Mayo não tinham, os mariscos vieram imersos num vinagrete ruim e repleto de coentro difícil de engolir e o filé de congrio que o Renato pediu, banhado em ovo e óleo, enfim uma M!
No outro dia seguimos para o sul. Tanto nas cidades quanto na estrada (CH1) uma neblina (Camancha) encobre tudo. Isso porque a evaporação do mar, pela alta pressão, fica retida numa altura baixa que a impede de ultrapassar a Cordilheira e também não produz chuva. Às vezes se dissipa ao meio dia, mas nem sempre: onde dormimos, às 17 ainda tinha camancha.

A paisagem da Costanera é linda: à esquerda a Cordillera de la Costa e à direita uma costa acidentada, ora com muita areia, ora com pedras vulcânicas banhadas pelo verde esmeralda do oceano Pacífico. Acertamos em fazer esta rota no sentido norte sul: a luminosidade favorece as fotos, por se transitar na pista junto ao mar a caroneira/navegadora/fotógrafa tem seu trabalho facilitado ao ver melhor a paisagem.

Covadeiras no Pacífico Chileno

Nestas pedras muitas vezes tem COVADERAS, ou seja, os depósitos “milenarios de guano (estrume) de aves marinas (uma delas o pelicano), explotados para abono agrícola” (difícil é escolher as fotos para esta postagem)!



Tocopilla a Antofogasta CH

Passando em Tocopilla achamos tudo muito feio e decadente com muitas casinhas de emergência, inclusive dentro de um estádio de futebol. Depois soubemos que ela foi seriamente atingida por um terremoto com 9,1 na escala Richter! Lá, fizeram uma praia artificial (Playa Covadonga) bem interessante (que não foi afetada pelo sinistro).


Dormimos em Caleta Buena ao lado da praia e de casas de veraneio vazias. Nós e o mundo: ouvindo lindos boleros e bebendo um bom vinho nacional (chileno), perfeito! No outro dia, uma família que recolhia algas (o que mais se encontra na região) que exportam para a Ásia, perguntou se não sentimos o tremor lá pelas 21 horas de ontem (ainda bem que não sentimos nada)!


La Portada: "hermoso arco de origen geológico declarado Monumento Natural en 1980. Su base es andesita, una roca volcánica de color negro formada en el período jurásico (hace 100 años)".

Antofogasta

Portada, símbolo de Antofogasta: Lindo!






Mais uma cidade construída, literalmente, sobre a areia....



Camping em Antofogasta

Em Antofogasta, terra do saudoso e querido professor Nivaldo Silva Triviños (orientador/Mestrado/Graça), novamente o problema de camping: longe do centro (embora com ônibus na porta), sem internet, precárias instalações e caro: R$ 40,00 a diária (o mais caro até agora).




Quando fomos ao mercado de pescado, olha o que encontramos: