terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Santa Catarina: destino turístico pra quem? 3 (continuação)

 

A cidadania dá trabalho, às vezes cansa e pode nos tornar amargos em determinadas circunstâncias (pq nos indignamos, reclamamos…).

Senão vejamos: diariamente acompanhamos a ‘farra das mangueiras’ lavando com água potável as calçadas lajotadas (e até parte de ruas); na ciclovia temos que dividir espaço com mãe empurrando carrinho de bebê, carrinhos de supermercado, gente desatenta e os sem educação (por exemplo: dois turistas carregados de tralhas para pescaria ocupavam toda a ciclovia e qdo ‘tocamos a sineta’ nos mandaram circular ao lado sacudindo os ombros); no trânsito, que às vezes até nos parece mais seguro, quando de bice, somos cortados frequentemente; trânsito congestionado na BR e os ‘espertos’ circulando no acostamento; em filas sempre tem alguém que  acha que é mais especial do que os outros (até nos encontros de MH a gente vê isso) e por aí vai…

Dentre outras coisas a cidadania pressupõe que se saiba que as leis ‘não caem do céu’, que são construções humanas e, como tal, passíveis de erros (considerando até aqui a boa fé). Em assim sendo…

Esta mesma cidadania percebe a ignorância (em todos os matizes) como a/o mãe/pai de todas as mazelas (preconceitos, discriminação, arrogância, corrupção,  alienação/acomodação, individualismo, fanatismo e outros tantos ‘ismos’, etc…).

Cidadania implica, também, tentar perceber o que existe além do visível.

O que isso tem a ver com o título deste post? tudo ou talvez nada… Lê os depoimentos abaixo e tira tuas conclusões…

“Ola Amigos

Infelizmente, neste domingo, fui vítima da discriminação contra os Motor Homes.

(…) decidimos passar o dia na praia do Estaleiro, uma vez que esta praia é bem próxima de onde resido (Brusque).

(…) nos instalamos em um local onde já ficamos algumas vezes, trata-se de um terreno particular situado de frente para o mar, que não possui cercas e não é controlado por flanelinhas (local raro hoje em dia).

(…) preparando o almoço, fomos surpreendidos  por um guarda municipal de B. Camboriu, que chegou anunciando a existência de uma Lei Municipal que exigia  que nosso motor home deveria estampar um selo que teria que ter sido adquirido junto a Secretaria de Turismo em BC e que sem este selo, meu motor home não poderia  circular por BC, principalmente pela inter Praias, pois esta via estava sinalizada restringindo o acesso de Motor Homes.

(…) argumentei que não havia visualizado nenhuma placa que impedisse a circulação de veículos tipo Motor Home naquela via, além do que meu veiculo estava devidamente licenciado para circular por qualquer via do Brasil, inclusive do Mercosul, sem nenhum selo adicional. Argumentei também que nem sequer estava estacionado em um local publico, onde ele possivelmente teria alguma autoridade e que, como estava completamente dentro da lei não me retiraria dali.

(…) não sei se o “agente”  (covardemente)  tenha me notificado, por que não colocou a notificação junto ao para brisa, como fez com os paraguaios, porém tenho a certeza que não podemos nos acomodar com estas arbitrariedades, e temos que nos manifestar, principalmente contra estas pseudo autoridades que aprovam estes absurdos.

“Não tivemos nenhum constrangimento para chegar ao Estaleirinho, sendo que acessamos pelo viaduto da BR 101 depois do Morro do Boi.

Não vimos nenhum aviso “placa” sobre a proibição de transitar pela Interpraias.

Ninguém nos solicitou a tal da licença e no camping não vi nenhum adesivo.

Também ninguém comentou nada sobre o assunto, parece que lá ninguém foi importunado.

No último final de semana, tinha em torno de quarenta equipamentos no camping!

Sempre a disposição para maiores esclarecimentos.

Grande abraço”

Santa Catarina: um destino turístico pra quem? (cont.)

 

Gaviões

Amigos, 
 
Repasso mensagem feita ao Grupo Bobra de Campismo:
 

"Caro Renato Bini,

Gostei muito de suas colocações, principalmente porque elas nos chamam atenção para algo que talvez nos deixe esquecidos ou mesmo sem saber: Cidadania.

E cidadania não são só direitos, mas deveres a cumprir.

Nos estarrecem as notícias que chegam sobre esse fato que logo deve ser tratado, e tratado com seriedade.

Mas o trato não deve ser de um ou dois, mas da coletividade.

Gostei muito da mea culpa pois muitos de nós, por desconhecimento ou dolo, também contribuimos para uma imagem negativa do campismo.

Para cobrar ações externas melhores, acredito que precisamos começar de casa, sem agressões, violência nem críticas destrutivas, mas precisamos crer também que muitos de nós, talvez estejamos contribuindo para que as portas nos sejam fechadas.

Antes de ter coragem, também é preciso ter a humildade de aprender com quem possa nos ajudar, e quanto a isso todos podem contribuir.

Aqui quem vos fala, também ja fez muita coisa errada no campismo por puro desconhecimento, mas no pouco que aprendeu procura sempre dar mais espaço para conhecer e aprender cada vez mais.

Regras básicas existem muitas, basta apenas torná-las acessíveis aos campistas, e com coesão e fortalecimento cobrar, após nossos deveres, os direitos que muitas vezes omitimos, passando um cheque em branco a autoridades que muitas vezes, sequer frequentaram uma escola, no entanto são diplomados.

O portal CampingCar de Portugal elencou algumas "regras de ouro", que nem sempre servem em sua totalidade, mas são boas diretrizes, vale conhecer: http://www.campingcarportugal.com/

No mais, se não apoiarmos ações de reação como a sua, da Família Chugabomm, Renato e Graça, achando que isso não nos atingirá, poderemos ter uma grande surpresa em sermos as próximas vítimas.

O encontro de Santa Helena-PR vai acontecer daqui a uns 50 dias e seria uma ótima oportunidade de discutir esse e outros assuntos importantes do campismo, mas isso, caso seja conveniente, deve ser consultado com seus idealizadores.

  C. Vinicio"


Meus amigos
 
Li o e-mail do Renato Bini e lamentavelmente este já é um assunto antigo que parece voltar com força. Concordo com o Renato que precisamos nos unir e fazer alguma coisa, principalmente agora que temos meios de bastante penetração no meio como o Blog de vcs, o da Toca e outros mais lá pro norte. Acredito também que devemos envolver os fabricantes, pois em última analise é o mercado deles que esta em risco. Mercado este que foi muito favorecido com a criação dos grupos, que aliás, com exceção da Motor Trailer que tem ajudado a estes grupos, nunca teve qualquer apoio.
Abraços,

Abel (primeiro presidente do RODAMUNDO)


Olá amigos, estava de férias e acompanhei de longe os fatos de problemas com circulação de MH em algumas cidades de SC. Agora estou lendo com mais atenção e me informando dos fatos.


Vejo que as leis recentemente criadas foram com foco em ônibus de turismo (excursões), os MH e trailers entraram nesta sem o conhecimento de quem está legislando, pura ignorância, da mesma forma que ocorreu com a lei da carteira E para trailer, ou seja desinformação. Visto isso acredito que a reversão dessa situação seja menos difícil, no entanto concordo plenamente com o exposto pelo Renato Bini, as associações de MH devem estar na frente dessa batalha, porém não percebi nenhuma movimentação nesse sentido. Ações individuais são sempre bem vindas, mas não tem a força e repercussão que conjunta de uma associação formalmente legalizada. Com a palavra a Associação de Mh de Santa Catarina.

Apenas complementando a questão de Balneário Camboriú, temos também naquela cidade a sede da única revista do Brasil especializada em MH, não seria o caso da mesma movimentar a questão com uma matéria entrevistando as autoridades daquele município pedindo explicações ?

Abraços, Altair Pinto da Silva.

http://viagensfamiliasilva.blogspot.com/


Caros Graça e Renato

Em conversas no grupo de Safaristas do Brasil o nosso amigo jornalista e assessor de imprensa de transportes do Rio, uma pessoa muito bem informada, nos falou e até se colocou à disposição para fazer o seguinte:


Keila, 

Concordo com as sugestões do colega. O exame da legalidade de legislações municipais, que a pretexto de regulamentarem a circulação desbordam para a discriminação de segmento turístico (campistas e motorhomeiros) também pode ser atacada pela via da representação ao Ministério Público a quem compete o controle da legalidade, o qual pode também, em sendo o caso, ajuizar ações de inconstitucionalidade contra as normas e até assitar (TAC - termos de ajustamento de conduta.

  O problema é encontrar quem encampe essas ações, centralizando-as e coordenando-as, em especial a contratação dos tais advogados e ações pois custam dinheiro e na hora de meter a mão-no-bolso (o próprio), aí a coisa fica mais difícil.

 Coloco-me à disposição para colaborar:

   WELGER BRITO DAS NEVES.  welgern@yahoo.com.br