segunda-feira, 14 de março de 2011

USHUAIA: LÁ VAMOS NÓS! Parte 7

 

PERRENGUES ... ou sufoco, aperto

O motorhome é que nem uma casa. O seu uso faz aparecer, de vez em quando, problemas. Nessa viagem, no início, parecia que os mesmos estavam além da conta. Até perto de Montevideo, onde visitamos Washington e Sonia, tudo às mil maravilhas. De lá pra frente ...

PERRENGUE 1: Tudo começou com o fato de as baterias não estarem carregando suficientemente. O primeiro sinal foi um pouco de mais tempo pra ligar o motor. Mais tarde, buzina não funcionou, depois gerador não ligou e, pra completar, a geladeira acusou falta de bateria. Das quatro baterias, duas eram novas e as outras duas, meia vida cada. Portanto, em principio, não poderiam estar com problema. Ao medir a tensão das mesmas, após andar vários km, a bateria diretamente ligada no alternador estava com boa carga e era uma das novas. Já as demais interligadas acusavam carga inferior a 12 v.

Fomos assim até Gualeguaychú, na Argentina. Primeiro, o diagnóstico de um vendedor de baterias (por sinal honesto): não é problema das baterias e nem do alternador e nem do conversor, pois ligamos o carro na luz e o conversor estava carregando bem. Fomos a outro, agora um eletricista de carro: o mesmo diagnóstico. Perguntado sobre onde poderíamos achar alguém que pudesse resolver o problema, indicou um eletricista, segundo expressão dele, um especialista. Chegando a oficina do mesmo, de imediato falou que não poderia ver isso no momento, pois estava terminando um alternador. Só pra segunda-feira e era sexta à tardinha. Mas o argentino era boa gente, adepto de motorhome, já tinha alugado um pra passear no dia seguinte bem cedo. Aproveitei a deixa e o convenci a dar uma olhada, pelo menos. Confirmou os dois primeiros diagnósticos. Portanto, havia carga, mas que não chegava o suficiente às baterias.

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Aí entrou a experiência do Neca: vamos ver o terra. Aparentemente, parecia tudo firme. Decidimos soltar todos e fazer aquela limpeza. E acolhendo a sugestão do último eletricista, fizemos um rodizio nas baterias. Num primeiro momento, tudo funcionou. Dois dias bem. Mas, lá pelas tantas o problema reapareceu. Lá fomos nós limpar os terminais que não tínhamos limpado e fizemos novo rodízio das duas baterias do motor, que são ligadas em série. Eis que, ao apertar o terminal do cabo que vem do alternador, o Neca notou que o mesmo estava um pouco solto, portanto o contato não estava perfeito. Apertados os dois parafusos do terminal, e andados alguns km, primeiro resultado: a carga das 4 baterias estava igual e todas acima de 12 v. Maravilha. São os tais dos detalhes a serem observados. Terminais sempre bem apertados, do contrário ...

Resultado: tudo passou a funcionar bem.


PERRENGUE 2: A geladeira não desligou mais automaticamente, ficava sempre ligada apesar de atingido um bom grau de gelo. Quando desligada manualmente, no botão do termostato, não voltava mais a ligar. A geladeira é a bateria, feita na Elber, em Agronômica/SC. E funciona muito bem. Só que apareceu esse problema. Liguei pra Elber e prontamente me colocaram em contato com um técnico que fez várias perguntas, dentre elas saber se não havia estourado o fusível. Não foi o caso. Também não acendeu nenhuma luzinha do led que é instalada pra indicação de defeito. Diagnóstico do técnico: o problema está ou no circuito eletrônico (que é peça que eles instalam ao converter a geladeira pra 12 v) ou é o termostato, que é original da geladeira, no caso da Consul. Orientado de como proceder pra verificar se era o termostato (no caso fazer uma ponte direta entre os dois terminais do mesmo) a geladeira voltou a funcionar. Portanto não era o eletrônico, o que seria pior, pois essa peça só eles têm. Já o termostato é mais fácil de conseguir, pois é comum de geladeiras com as mesmas características. Como o termostato não funcionou mais e pra não ficar a geladeira ligada o tempo todo e congelar tudo nela instalei, provisoriamente, um interruptor entre os dois terminais do termostato, que foi preso com fita adesiva no interior da geladeira. Assim, manualmente se liga e desliga a geladeira conforme a necessidade, até voltar ao Brasil e conseguir o termostato original.

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Nessas horas sempre penso: pra ter motorhome deve-se ter uma noção básica de eletricidade, água, esgoto, mecânica, etc. e muita criatividade pra superar os imprevistos.

Renato Wenzel

USHUAIA: lá vamos nós! Parte 6

De El Chatén, La Esperanza/AR y Puerto Natales/CH

20º dia – 11 de março: Rodamos 735 km

Sem vento desde ontem às 23 h o dia amanheceu lindo, mas muito frio. Aproveitamos para fotografar os Cerros Torre e Fitz Roy quase sempre encobertos por neblinas.

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Paramos no mesmo posto em La Esperanza onde o ventão nos reencontrou. Renato protegeu as aberturas pois, se o pó por aqui abunda imagina quando pegarmos o ‘rípio’!

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Pagaram pra lubrificar as cruzetas das casitas como chamam nossos MH por aqui, $50 (no Brasil é grátis...).


El Chalten a puerto natales realizado

A rota automática do GPS foi perfeita, pois só pegamos 12 km de rípio entre as duas aduanas (o do Chile está melhor e o da Argentina está em asfaltamento) ou seja, passamos por 28 de Novembro e na aduana de Paso Casas Viejas. Mais uma vez a entrada no Chile foi tranquila pra nós. Embora um pouco burocratizados foram educados: a fiscal olhou a geladeira e abriu duas gavetas (as dos talheres).


Sobre o CHILE

UBICACIÓN GEOGRÁFICA

El territorio chileno se encuentra al sur oeste de América del Sur, a partir de la latitud sur 17º 30' y los 90º de latitud Sur. Su longitud continental es de aproximadamente 4.200 km. y 8.000 km, al considerar la Antártica Chilena. También forman parte de nuestro país, Isla de Pascua o Rapa Nui , el archipiélago de Juan Fernández y las islas San Félix, San Ambrosio, Salas y Gómez, el mar territorial de 200 millas y la plataforma continental correspondiente.

Superficie:
Territorio continental e insular: 756.626 km2
Territorio Antártico 1.250.000 km2

Superficie total 2.006.626 km2.

POBLACIÓN

Habitantes: 15.589.147
Densidad: 20,4 habitantes por Km.
Edad promedio: 30,04 años.
Idioma: Español, y algunas lenguas originarias como Mapudungún (o mapuche), Quechua y Rapa Nui.
Religión: 76,7% Católicos - 13,25% Evangélicos - 10,05% Otros


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Mais 14 km e chegamos à pequena e simpática Puerto Natales através de sua bonita costanera.

Cheia de hostals, a maioria, mantida e adaptada da casa da família. Pernoitamos no Camping/Hostal Josmar 2 da rua Esmeralda que fica bem no centro da cidade. No espaço cabem, no máximo, três MH pequenos. A diária em pesos chilenos era de $ 10.000,00 (R$37,00) com direito à luz e em pesos argentinos, $ 100 (R$47,00). Água e luz caríssimos na região e difícil de conseguir fora dos ‘campings’ também são negociadas item por item no local. O problema é que a luz não dá conta de quase nada. O disjuntor de apenas 10 a. não permite ligar um aquecedor ou até mesmo o micro-ondas!

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Acampamento montado fomos ao super e depois ao restaurante La Ultima Esperanza (onde a gente tem a impressão de que todos os turistas se encontram). Ali Gracita encarou a tão esperada centolla com locos e os demais se fartaram no salmão.

21º dia – 12 de março

Se acertamos numa decisão foi a de vir para Puerto Natales e, daqui, contratar o serviço de Van para conhecer o Parque Nacional Torres del Paine (Región de Magallanes y Antártica Chilena). Por quê? Porque quase todo o passeio implica em estrada de chão (rípio) da pior qualidade. Assim, fizemos um verdadeiro programa de turismo de massa, mas valeu cada minuto...

El Parque Nacional Torres del Paine fue creado el 13 de mayo de 1959 y declarado Reserva de la Biosfera por la UNESCO el 28 de abril de 1978. Actualmente alcanza una superfície de 181.414 há decretadas oficialmente, aunque fisicamente es de 227.298 há. Forma parte de las 11 unidades del sistema Nacional de Áreas Silvestres Protegidas del Estado de la Región de Magallanes y Antártica Chilena, que em su totalidade alcanzan 6.728.744 há que representan el 51% de la superfície ontinental de la región.”

Duração = das 7:30 às 18:00 h.

Percurso = 330 km e destes, 120 de ‘rípio’.

Van = R$ 66,60 por pessoa ou $18.000,00 (chilenos)

Entrada na Cueva/Milodon = R$11,00 p/p ou $3.000,00 (chilenos)

Entrada no parque = R$56,00 p/p ou 15.000,00 (chilenos)

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Fizemos um lanche ao ar livre nas cercanias do Lago Grey mas o restaurante local é uma boa e barata opção (não sabíamos).

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Resumindo: passamos o dia entre mirantes para observar lindos lagos e nevados o tempo todo além da belíssima caverna do Milodón (achávamos que seria propaganda enganosa mas, além de linda, foi bem interessante entender, cientificamente, sua formação).

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Vale a pena uma busca no google sobre este parque que também é famoso pelas trilhas sendo a mais famosa delas a W. Diferente de El Chaltén/AR (cuja cidadezinha é e se confunde com a prática do trekking e só se vê seus adeptos por todos os lados) este parque fica longe da cidade, é muito amplo e espalhado possuindo vários pequenos campings com rústicas infraestruturas. Os adeptos do trekking vêm de van já para as respectivas trilhas. Não se vê caminhantes e as vans não dão caronas. Enfim são dois lugares bem diferentes. Para nós aqui é mais bonito pela quantidade de lagos e proximidade dos nevados que se vê no trajeto (qualquer pessoa pode fazê-lo) e até sem sair da van verá muita coisa linda. Em Chaltén (belíssimo), só fazendo as trilhas.

Voltando do passeio resolvemos buscar outro lugar e pernoitamos no COPEC Punto (onde sempre tem internet) e abrigados do vento (sem água e luz, objetos de luxo por aqui). Como já era tarde deixamos a internet pra amanhã.

Endereços e Coordenadas

Camping/Hostal Josmar 1 y 2 Yngay 743, tel: 411685 – Esmeralda 517 – tel: 89837654 (S51º43.717’ / W072º30.238’) www.josmar.cl

Restaurante La Ultima Esperanza Eberhard 354 – Puerto Natales

 

USHUAIA: lá vamos nós! Parte 5

 

De EL CALAFATE até EL CHALTÉN

18º dia, 9 de março (aniversário do Zeca) - Rodamos 223 km

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Saímos de El Calafate, logo após o meio-dia, em direção à El Chaltén (a capital do trekking/trilhar, andar) a cidade onde se pode ver e escalar melhor o Fitz Roy e o Torre.

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O visual das belas estradas ASFALTADAS (RP11 + RN40 + RP23) é lindo pois delas se vê mais um pouco do lago Argentino (o maior do país), do rio La Leonna, do rio De las Vueltas e do lago Viedma (também com um glacial do mesmo nome que, segundo o Guia YPF é o maior de toda a província de Santa Cruz, ou seja, maior do que Perito Moreno), será?

Na estrada Neca/Tere deram carona a um casal de franceses que fazem seu mochilão de 2 meses (Ushuaia a Machupichu).

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Aliás, o que mais se vê por estas bandas são mochileiros e ciclistas e isso explica os campings sempre cheios de pequenas barracas (carpas). Paralelamente é imenso o número de hostals e pousadas concorrendo, se é que se pode dizer assim, com alguns poucos mas luxuosos hotéis.

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Num dos mirantes do caminho almoçamos (cada qual em sua casa rodante) o prato francês mais famoso em terras tupiniquins restiê d’ontêacompanhado da não menos famosa iguaria chinesa/japonesa o sobrororô, ou seja, as sobras!

O tempo se alterna entre aguaceiros e sol, mas, agora, com as famosas rajadas de ventos patagônicos (ui)!

Ventos fortíssimos com rajadas mais fortes ainda acompanhados de chuva e frio nos obrigam ao recolhimento e ao uso, pela primeira vez nesta viagem, do aquecedor. Sem internet tentamos telefonar para o Zeca. Como não completou a ligação enviamos uma mensagem de parabéns que só saberemos se ele a recebeu na volta...

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Na cidade o melhor camping (água e luz) para MH (fomos a quatro) é o El Relincho. Cobraram-nos $ 25 por pessoa, mais $ 10 para o equipamento. As barracas montadas mais perto do rio têm um apoio de madeira.


19º dia, 10 de março –

A chuva parou mas o vento só aumentaaaaaaaaaaaaaa.

Re, Neca e Tere foram ao trekking, optando pela trilha que contorna o acampamento Capri.

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São várias trilhas que podem ser feitas. Nas sinalizações, são indicados os tempos aproximados para percorrê-las.

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No início a trilha é bem íngreme, mais adiante vai alternando com trechos mais suaves.

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Em vários momentos têm-se miradores que oportunizam visuais fantásticos das montanhas cobertas de neve, glaciares e muita cerração.

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Impressiona a disposição dos trekkistas acampados em suas ‘carpas’ há dias, curtindo a natureza em condições bem precárias. Chama à atenção, também, a limpeza das trilhas. Não se vê nada jogado que não seja do ambiente.

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Há muita madeira caída, em função dos ventos e das neves que derrubam muitas árvores ou galhos. O trekking feito pelos três aventureiros durou 4 horas e foram percorridos, aproximadamente, 15 km. Devidamente agasalhados, o frio foi bem suportável enquanto se caminhava. Mas era só parar um pouco, pra tomar uma água ou fazer um lanche, que o mesmo mostrava sua intensidade. Muita gente, de tudo que é país, vem a El Chalten pra praticar o trekking. Só isso já vale.

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Enquanto os atletas caminhavam Gracita - com suas artroses nos joelhos - ficou em casa rascunhando o blog, fotografando, elaborando mapas, lendo os guias, colhendo as poucas cerejas que ainda estavam nas árvores que protegiam o MH, bordando e crocheteando como gosta, mas assustada com o ventos.

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Endereço e Coordenadas:

Camping y Cabañas El Relincho: San Marín, 505 (S49º19.549’ / W072º53.400’).