domingo, 14 de setembro de 2008

Nazca (PE)

Chegando à carreteira Panamericana se pega à esquerda em direção a Arequipa (sul) até o aeroporto: na frente fica o Camping Hotel Suisse (S 14º51.070 W 070º57.494), diária de U$5 (por pessoa) + s/.30 de energia elétrica (tem piscina e wireless que pega no MH).

Ao lado, a segunda indicação que tínhamos o Hotel Nido Del Condor e, mais adiante um pouco tem um bom e amplo Grifo para quem não quiser camping.


Estamos sob árvores frondosas num lugar florido, com muito verde e irrigado. Daqui ouvimos os pequenos aviões decolarem para as Linhas (de Nazca, é claro).
Hoje (das 8 às 13 horas) fomos, a bordo do poderoso Dodge do Francisco (um professor jubilado muito gente boa), conhecer um pouco da cidade.
No Cemitério de Chauchilla (S/.5 por pessoa) observamos as múmias, testigos da avançada técnica de mumificação dos nazcas que, com este clima seco, se mantiveram intocadas até serem profanadas por saqueadores no início deste século. Como todos os ignorantes, desprezavam o valor histórico/científico destes sítios, roubando e vendendo as cerâmicas e outros objetos de valor (como os nazcas, a exemplo dos inkas, acreditavam numa outra vida eram enterrados com seus pertences e, até, com algum animal de estimação) enterrados com as múmias.

Naza PE 5

Depois conhecemos o processo de elaboração de cerâmicas nazcas típicas e do beneficiamento do ouro: aqui eles podem subir um dos cerros recolherem o minério e beneficiá-lo produzindo o ouro de forma artesanal elaborando, depois, suas jóias tudo sem atravessadores.

Voltando a Transamericana chegamos ao primeiro mirador das Linhas de Nazca: um morro! Ali, com a explicação do nosso competente e prestativo guia, tomamos o primeiro contato com mais uma das maravilhas da humanidade. Depois, subimos outro mirador, de 20 ms de altura, (S/. 1 por pessoa) enquanto os aviões passavam sobre as linhas e nossas cabeças.


Maria Reiche Nasca PE

Dali seguimos até a casa onde Maria Reiche viveu e trabalhou por muitos anos (S/.10 por pessoa). A história desta alemã é interessantíssima, mas o que lhe confere um certo grau de heroína local foi seu envolvimento/estudo e defesa das Linhas de Nazca.

Impressiona como, com as condições materiais de sua época pode concluir tanta coisa... Maria morreu aos 95 anos com Parkinson e um câncer generalizado e está enterrada junto ao museu (onde morou).

O Guia O Viajante fala em uma sucessora austríaca (que teria morado no BR e fala português), mas os locais dizem que é, apenas, alguém que ouvia as palestras da mestra e, após sua morte, dá palestras, mas que não continuou seus estudos e trabalhos, de jeito algum (só mira la plata, dizem)!

Aquedutos de Cantalloc Nazca PE

Concluindo, conhecemos os aquedutos de Cantalloc (S/.10 por pessoa) que fica a 4 km da cidade. Construídos entre 300 a.C e 700 d.C ainda hoje irrigam esta região tão seca. Sua lógica construtiva é impressionante.



Beneficiamento de algas marinhas para a industria de cosmético, à beira da Rodovia.

Sobrevoando as Linhas de Nazca

Domingo, bem cedo, voamos sobre as linhas (U$60 + S/.20,00 por pessoa/baixa temporada). Tranqüilo, lindo e vale à pena. Quem imaginaria anos atrás ao ler “Eram os deuses os astronautas?” que hoje faríamos isso? Incrível/emocionante!


Amiguinhas e amiguinhos contemporâneos de Daniken: lamento informá-los, mas, segundo Maria Reiche, os deuses não eram os astronautas!




Nazca 1 PE

Nazca, apesar de tanta seca (tem gente que nem conhece chuva por isso também se encontram casas sem telhados), produz muitas frutas e têm poços de água há 40 ms de profundidade e até menos.


Brenilda, a bela peruana que nos recepcionou, experimentando o chimarrão.

Um pouco ao norte de Nazca também existem as Linhas de Palpa: não visitamos, mas existem vôos para ela também.


Não nos cobraram a luz em Nazca: não sabemos se foi porque fizemos o vôo com a empresa do hotel ou se foi porque perceberam que não usamos ar condicionado, etc...

A Caminho de Nazca (PE)

Dia 11 de setembro. Saímos de Cusco às 08h30min em direção a Nazca sabendo que será um sobe e desce, com altas variações de altitudes. Munidos de mate de coca adentramos na carretera mais incrível deste roteiro, senão de todas as nossas viagens: a paisagem é maravilhosa, quase sempre acompanhada, além dos cerros, com algum rio verde esmeralda, caudaloso e empedrado!





Challuanca a caminho de Nazca

Almoçamos num lugar paradisíaco, ao lado de um rio, a 1.857 msnm.



Dormimos na praça central de Challuanca (uma capital de província), S/. 3 pelo pernoite, rodeados de caminhões carregados com papas (batatas que, aqui, são mais de 32 tipos). Em 8 h de viagem percorremos 281 km, numa média de 35 k/h.

Noite amena, não precisamos ligar o aquecedor e nos cobrimos apenas com uma mantilla. As 6hs (deles) seguimos viagem. Até Caraibamba, tudo bem mas depois: o frio foi apertando de tal maneira que tivemos que nos agasalhar muito bem. Daí em diante só encontramos pequenas aldeias de criadores de alpacas e llamas e um frio (1º dentro do MH) que só se dissipou depois das 10 h. Daí que sugerimos que se programe o pernoite em Challuanca (melhor opção de infra-estrutura e temperatura boa) ou Caraibamba.


Puquio a caminho de Nazca PE

Até Puquio a estrada é muito boa, as curvas, a paisagem linda e diversificada é um deleite pra qualquer estradeiro: basta ter calma e um bom freio motor!

Ainda maravilhados avistamos ao longe uma cidade que nos parece grande, toda cinza (parede das casas), inclusive nos telhados de zinco.


Na sua entrada mandam desviar e aí começa um martírio: de perto a cidade é horrível, puro pó, ruas estreitíssimas com mão dupla, sem ninguém orientando o trânsito, culminando com buracos, barrancos (ao longo de tanto rípio) e animais em trânsito resultando numa pequena avaria em nuestra casa rodante.




Puro caos!

Transburaqueira a caminho de Nazca

Dali até a entrada de San Juan a estrada se transforma numa transburaqueira que nos desanima....

Acreditem: a manutenção consiste em se varrer a estrada! Depois, até Nazca, o asfalto melhora um pouco.





Foi nesta estrada onde mais vimos animais atravessando...

Variações de altitude a caminho de Nazca

Com certeza nunca vivemos uma variação tão abrupta de altitude “estávamos em Cusco a 3.800 msnm, descemos a 1.900, subimos a 4.020, descemos a 1.830 em 53 km, descemos mais ainda até 1.720, subimos a 4.560 msnm” (De Paris).
Tampouco transitamos em tantas curvas, praticamente uma curva sobre a outra, sem retas: uma beleza! Cansativo mas uma bela experiência, com certeza!






Chegando a Nazca buscamos a indicação de Walter/Christa, o Camping Hotel Suisse.