quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Caldas Novas e Rio Quente (Goiás- BRASIL)

Caldas ao camping em RQ

De Araxá/MG fomos para Caldas Novas/GO.

Antes de fazer este relato é importante um esclarecimento: adoramos usufruir de águas termais  no inverno. Inesquecíveis os dias em que fez gelo nas janelas do MH, a temperatura abaixo de zero e nós entrando no ‘caldeirão dos hipopótamos’ (= piscina de hidromassagem, em Piratuba) às 7h da manhã e a ‘fumaça’ do contraste entre a temperatura do ar e da água nos impedia de ver as pessoas próximas!

Tanto é verdade que até hoje só frequentamos Piratuba/SC nos meses mais frios (de junho a agosto). Aliás não ‘entendíamos’ o frisson de amigos em frequentar  estes lugares nos meses quentes (seja em SC ou outro lugar do BR). Enfim: até agora nunca pensamos em ‘fugir’ do frio do sul como muitos amigos o fazem nos meses de inverno e só não ficamos lá nesta época se tivermos uma viagem mais longa programada.

Talvez por isso ainda não conhecíamos Caldas Novas nem São José do Rio Preto…

No final da década de 80 passamos em Rio Quente pois estávamos a caminho de Brasília para um Congresso de Educação (CBE). Éramos em 11 pessoas no MH e no lugar da moto levávamos mesa e dois bancos de madeira. Ficamos por quase uma semana ‘acampados’ no campus da UNB, uma beleza!

Em julho de 1990 quando fomos ao Pantanal nem paramos por aqui porque tínhamos pouco tempo e queríamos ir até Porto Jofre (o que, a duras penas, conseguimos sem celular ou GPS).


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Caldas Novas é um município goiano com aproximadamente 70.000 habitantes e ostenta o título de ser “a maior estância hidrotermal do mundo”, o que nos fez lembrar de Río Hondo na Argentina onde todas as casas têm água termal e que  “gracias a su caudal termal, se há transformado (...) em el balneario más importante de la Argentina y de Sudamérica”.

Caldas é diferente das demais termas que conhecemos no sul do BR que se apresentam em duas formas dominantes: 1 – Um hotel ou mais que exploram as águas e alguns deles com acesso para MH (com camping ou não) o que se constitui na maioria (a exemplo de Gravatal/SC, Rio do Pouso, Termas da Guarda, Águas de Chapecó, Santo Amaro da Imperatriz/SC, Águas Mornas/SC, Águas da Prata/RS, por exemplo; 2 – Um parque aquático público rodeado de hotéis e um ou mais campings (o que nos parece mais democrático enquato acesso) a exemplo de Piratuba e Itá em Santa Catarina (não importa onde se está hospedado todos pegam ingresso para acessar as piscinas de águas termais).

Em termos gerais o acesso às águas quentes restringem-se aos diversos clubes da cidade ou dos recentes condomínios ali construídos. Um mais bonito e completo do que o outro, recebendo em seus hotéis centenas de grupos de excursões. Claro que há a possibilidade de se comprar convite como visitante mas em alguns casos o preço é exorbitante.

Para os campistas as opções são:

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1 – O lindo Parque da Lagoa Quente ou Lagoa Pirapetinga (S17º43.576/W048º37.934’) que oferece camping, piscinas termais, bosques e sauna.

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Fica a 6 km do centro da cidade. O não sócio, para passar o dia, paga R$50,00 reais por pessoa. A nascente desta lagoa, que não é propria para banho, se chama “Cozinha Ovos”.

2 – Camping Club do Brasil (CCB) também distante do centro da cidade possui “instalações-padrão, luz para equipamentos (220v), chuveiros quentes, quadra de esportes, sauna e piscinas cloradas de água fria. Palco da famosa costelada de Caldas Novas, passa por problemas sérios de falta de recursos assim como os demais campings da rede”. (MACAMP)

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Para se usufruir das águas quentes é preciso deslocar-se até algum clube na cidade o que requer uma condução adicional.

3 – Clube Tropical I (S17º44.286/W048º37.590) o mais central de todos

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e Tropical II (S17º44.775/W048º37.317). A maioria dos caravanistas que passam longas temporadas no município é sócio deste clube.

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A convite, ficamos no terreno da casa do Claudio e Arlete que há muitos anos passam o inverno ali.

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Com eles disfrutamos do Clube Itatiaia (ingresso válido por um dia: R$10,00 para a 3ª idade e R$20,00 para os demais). Todas as noites tem ‘bailinho’ das 20h à 24h. Fomos nos dois sábados em que lá estávamos.

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Também fomos à tradicional Feira do Luar, que acontece de sexta a segunda-feira numa área central com mais de 1000m² e tem umas 150 barraquinhas. Ali se encontra o artesanato e a culinária local. 

Caldas Novas vive do turismo e é sempre movimentada. Com destaque para as ‘lojinhas de roupas’ com preços acessíveis. É comum as confecções de roupas de banho possuírem costureiras que fazem o modelo que o freguês desejar.

Aos domingos tem uma imensa feira livre numa das novas, amplas e asfaltadas avenidas locais. Um show com destaque às farofas de pequi com ou sem pimenta.

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A chegada de Neca e Tere só trouxe mais alegria e descontração nos vários coletivos e nas caronas que nosso anfitrião nos dava em seu robusto automóvel. Valeu amigos! Muito obrigado pelo carinho e atenção!

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Hora de começar a volta para os três casais. Claudio e Arlete seguiram direto pra casa e nós quatro fazendo algumas paradas estratégicas, digamos assim.

Abastecemos de diesel e descarregamos a ‘águas negras’ (pinicão, merdeiro, merdal ou wc) no Posto BR na BR 153 entre Caldas Novas e Rio Quente, à direita).

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No dia 7 de setembro, em pleno feriado, fomos para Rio Quente, a poucos quilômetros de Caldas. Lá nos impressionamos com a mudança do local, onde na primeira vez, além do Resort (que pudemos visitar gratuitamente), quase mais nada havia. Na ocasião tomamos um banho no rio e seguimos viagem. Ali construíram o Hot Park “maior complexo de lazer thermal do mundo (…), a maior praia artificial do mundo com água thermal (Praia do Cerrado), com 25 mil metros quadrados (…), com 9 tipos diferentes de ondas com até 1,20 m de altura.” O passaporte para passar o dia nestes locais custa R$100,00 por pessoa.

Rio Quente emancipou-se de Caldas Novas em 1988 e “é famoso por abrigar o maior rio de águas quentes do mundo, com 12 km de extensão e uma vasão de 150 milhões de litros por dia (…), com propriedades terapêuticas.”

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Ficamos no camping Esplanada (diária de R$30,00 por pessoa), à beira do rio super movimentado no feriado (S17º46.465/W48º45.345). Ver este espaço ocupado por barracas e família inteiras se divertindo nos encantou (infelizmente o péssimo hábito de alguns se fez presente: colocar um som altíssimo durante o dia todo, e até 22 hs, nos obrigando a ouvir um som que não escolhemos e quase sempre de gosto duvidoso…).

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A vizinhança, sempre muito gentil, foi debandando aos poucos e, no dia 8 à tarde éramos nós e mais duas famílias acampadas em barracas: o rio quente, limpíssimo era só nosso, finalmente!

Infelizmente quando saímos de lá a reserva natural do Parque Estadual de Caldas Novas já tinha perdido 70% da sua vegetação num incêndio (coisa bem comum em muitas partes do Brasil) criminoso: quando este país entenderá que isso é crime hediondo?!

Um comentário:

  1. Olás Graça e Renato. Caldas Novas e Rio Quente parecem ser lugares agradáveis, mas como sempre, fora de temporada, para evitar os "predadores" (como nós denominamos). Quem sabe no próximo ano consigamos fazer esta viagem até Caldas e região.
    PS. Como estão as estradas?
    Abraços, boa viagem.
    Sandra e Darlou

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